Passeios em Sampa: CCBB

por Mari Ortiz

Dica de passeio pra quem estiver em Sampa nas festas!

Até 04 de janeiro de 2016 (segunda feira) acontece a mostra ComCiência da artista australiana Patricia Piccinini. As obras hiper-realistas nos apresenta um futuro possível em que criaturas modificadas geneticamente convivem com seres humanos.


Onde? No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), bem no centro de São Paulo. Eu costumo descer na Sé e caminho até lá (no máximo 3 minutinhos).

Entrada. Para evitar as longas filas que frequentemente aconteciam (peguei 5 horas de fila para ver Picasso, por exemplo) o CCBB está com um esquema ótimo de ingressos por agendamento. Você entra no site do ingressorapido.com.br e escolhe o horário que pretende visitar a mostra. Outro jeito é baixar o aplicativo do evento (disponível para Android e ios) e fazer o agendamento. A entrada é gratuita.


Fácil né? Fora que o prédio do Centro Cultural é um deslumbre, super recomendo a visita. A programação também conta com mostras de cinema, teatro e apresentações musicais. Confira a programação completa aqui.

Aproveite esse restinho de ano para fazer um passeio cultural no centro histórico de São Paulo ou começar 2016 com o pé direito.

Beijos e feliz ano novo!

A tour misteriosa da Vila Madalena

por Klaudia Alvarez

Sem dúvida nenhuma os bairros adquirem  as características que seus moradores imprimem a eles. Reduto de artistas plásticos e local com muitos bares, restaurantes e galerias de arte, a Vila Madalena é um dos destinos mais charmosos de São Paulo a ser explorado.

Outra certeza absoluta, é dizer que o melhor jeito de conhecer um lugar e explorar com calma todas as suas potencialidades é à pé. Vi, em uma matéria no Catraca Livre, que todos os sábados, a partir de meio-dia, havia uma tour guiada, que partia da Rua Filipe de Alcaçova, 289 no Empanadas Bar.
Animada,  me dirigi ao endereço fornecido para fazer a tal tour guiada e conhecer todos os lugares tão charmosos que eu observava, mas de longe, só passando de carro.  Para minha surpresa, o número indicado da rua não existe. Ela termina no número 71. O Empanadas Bar fica na Wisard e não na Filipe de Alcaçova e ele estava fechado. Mesmo perguntando a vários comerciantes da região de onde partia a tal tour guiada,  não consegui nenhuma informação. Não me dei por vencida e decidi fazer eu mesma, sozinha, a minha tour pelo bairro.
Munida de uma garrafinha de água mineral e muita disposição para enfrentar ladeiras, escadas e calçadas desniveladas, parti para explorar toda a graça desse bairro incrível.

 Uma das coisas que mais chama atenção na Vila Madalena,  é a quantidade de pinturas, no estilo grafite, mas de muita qualidade, que se encontra pelas paredes, muros de casas e portas de lojas. Outro detalhe de muito bom gosto são as floreiras recicláveis nos postes de iluminação.

O charme maior porém está nos cantinhos,  nas ruas com nomes poéticos como Harmonia, Girassol…Residências e prédios comerciais dividem o espaço com lojinhas alternativas, galerias de arte e muitos restaurantes e pubs.
Na porta de um restaurante me deparei com uma performance alternativa e mais adiante parei para observar os degraus coloridos de uma escadaria.

Foram mais de três horas de caminhada pelo bairro, o que me deu uma boa ideia dos muitos atrativos que ele tem a oferecer, não só aos turistas como eu, mas principalmente ao paulistano, que lota os bares e pubs da Vila Madalena diariamente.  O Carnaval de rua, com seus blocos, também é muito famoso.

Recomendo demais esse passeio delicioso pelas ruas da Vila Madalena.  Quem conseguir descobrir de onde parte a tal tour guiada misteriosa, por favor avise, porque eu adoraria refazer o passeio, mas conhecendo também detalhes e a história por trás do que explorei sozinha nesse sábado.

MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Quando estava no ensino médio, a professora de geografia nos pediu como trabalho de final de ano que fizéssemos nossa árvore genealógica. Acho que não era obrigatório, era apenas um trabalho para conseguir um ponto extra. Lembro que levei bem a sério essa tarefa, fiz anotações, sabatinei meus avós, queria que minha árvore tivesse tantos galhos quanto fosse possível.

Tenho um flerte com o passado. Acredito que todos nós, uma vez na vida que seja, já tivemos essa necessidade de saber de onde viemos. Não de um jeito saudosista, de quem acha que nasceu na época errada. Mas entendendo o passado como minha origem, tenho meios de refletir sobre o meu presente. E refletindo, me sinto pertencente a um grupo, lúcida para escolher qual caminho pretendo seguir, senhora do meu futuro.

Talvez essa reflexão sobre de onde viemos e o sentimento de pertença expliquem minha alegria em conhecer o Museu da Imigração em São Paulo. Localizado na região central da cidade, o museu foi uma casa de acolhimento aos imigrantes que chegavam ao porto de Santos em busca de uma oportunidade de vida melhor no novo mundo.

A casa é uma construção gigantesca! É possível passear por seus corredores e pátios, refeitório e jardins onde os antepassados de milhares e milhares de pessoas (talvez os meus e seus, inclusive) passaram, dormiram, se alimentaram e sonharam. Pessoas que ajudaram a construir nossa cultura, partilhando a deles com os que aqui já viviam.

A Festa do Imigrante, realizada anualmente pelo museu, celebra essa miscelânea de gente que somos hoje. E quer jeito mais gostoso de conhecer um país do que saboreando sua culinária? Durante a festa era possível comer um doce na Hungria e dar um pulo à Noruega para provar um salmão defumado. No mesmo prato de doces, Síria, Iraque e Portugal deram-se as mãos para alegrar nosso paladar. O refeitório (anteriormente usado pelos estrangeiros recém-chegados) foi tomado por descendentes de nacionalidades diferentes, compartilhando o pão e a mesa. E você se dá conta de como são estúpidas todas as guerras.

Para quem não pôde participar da festa, uma exposição de longa duração conta de forma interativa desde a partida dos imigrantes de seus países de origem, até a chegada à casa de acolhimento. A exposição possui objetos, cartas e uma infinidade de referências que nos transportam, mesmo que por um instante, a uma época que não é a nossa, mas que nos pertence.

Tudo começou com um trabalho de escola sobre árvore genealógica, feita de papel e canetinha. A curiosidade me fez perceber de quantas histórias a minha própria história é feita. Visitar o Museu da Imigração é um passaporte para compreendermos em profundidade a história de milhares de pessoas que sonharam com um mundo novo, repleto de oportunidades. E não é exatamente disso – sonhos e perspectivas – que nos movem em busca do nosso mundo novo particular?

Para mais informações sobre horários de visita e programação, visite o site:http://museudaimigracao.org.br/

Obs: além das barracas de comidas típicas, a Festa do Imigrante também conta com atividades interativas como oficina de dança, apresentações culturais além da feira de artesanato.

PASSEIOS EM SAMPA: Instituto Tomie Ohtake

O imponente prédio azul e rosa se sobressai ao céu cinzento. À primeira vista, o prédio do Instituto Tomie Ohtake nos encanta pela beleza.

Mas essa exuberância vai muito além da estética. O Instituto inaugurado em 2001 é local de várias expressões artísticas, exposições, peças teatrais, cursos de arte, além de um charmoso restaurante e lojinhas.

Ficou curioso? Olha só como dá pra aproveitar esse espaço cultural de São Paulo:

Como chegar?

Pra quem leu meu último post de passeios em Sampa sabe que sou adepta de trem e metrô. O Instituto fica a 10 minutos do metrô Faria Lima (linha 4 – Amarela). O funcionamento é de terça a domingo, das 11h às 20h, entrada gratuita (bom, né?).

Bilheteria e entrada do Instituto (Rua dos Coropés)

Exposições

O Instituto apresenta exposições de expressão contemporânea e de referência nacional e internacional. As últimas exposições que fui são de artistas bem distintos. A primeira, Obsessão Infinita, de Yayoi Kusama, uma japonesa de vida conturbada e de grande produção (mesmo aos 85 anos e internada num hospício). Também conhecida como a “artista das bolinhas”, apresenta pinturas, esculturas e instalações surpreendentes.

Exposição “Obsessão Infinita” – 2014
Sala de espelhos infinitos

A segunda, Salvador Dalí, dispensa apresentações. O catalão é considerado o mestre do surrealismo e nessa mostra foram apresentadas obras inéditas no país. Contou com pinturas, desenhos, ilustrações, capas de revista e filmes que retratam parte da vida excêntrica desse grande artista.

Salvador Dalí!
Uma das obras da exposição.

Teatro

O Instituto também comporta um teatro que conta com apresentações bem interessantes. Tive oportunidade de assistir ao musical “Jesus Cristo Super Star”, que teve uma breve temporada por lá.

Restaurante

Pra fechar, o Restaurante Santinho mata a fome de quem passou o dia apreciando as exposições. Confesso que não acho os preços lá muito convidativos, mas vale a pena! Minha sugestão? Olha só a foto.

Creme brulée de doce de abóbora, sorvete de coco e suco de abacaxi com capim santo.

Nota: Considerada a “dama das artes plásticas brasileira”, a artista Tomie Ohtake, que dá nome ao Instituto, faleceu no dia 12/02/2015, aos 101 anos, deixando um legado artístico de relevância mundial. Deixamos aqui nosso respeito e singela homenagem.

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Foto de capa da fanpage do Instituto.

Até o próximo passeio! Beijos, Mari.

Passeios em Sampa: PINACOTECA

Eu adoro São Paulo! Uma metrópole incrível, cheia de vida, cultura, eventos. Mas se tem duas coisas que eu gosto de fazer por lá são: visitar exposições e comer!

Abrindo essa série sobre Sampa, vou falar um pouco sobre um dos lugares que eu mais gosto de visitar: a Pinacoteca do Estado.

Construído no fim do século 19, esse belíssimo prédio de tijolinhos à mostra (lindo!) antes abrigava o Liceu de Artes e Ofícios. Foi projetado por Ramos de Azevedo e reformado no fim dos anos 1990.

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Interior da Pinacoteca

A Pinacoteca abriga obras de artistas brasileiros – quadros, esculturas e desenhos. Também recebe exposições interessantes o ano todo, vale a pena ficar atento à programação.

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Público admirando uma das obras da exposição de Ron Mueck (“Couple under an Umbrella”)

Como chegar?

Trem ou metrô. Pra mim, que não sei andar de ônibus em Sampa (ainda!), são as melhores opções. A Pinacoteca fica em frente à estação da Luz (um monumento), é só atravessar a rua.

Entrada

O ingresso custa R$6 todos os dias exceto aos sábados. Tem um horário especial às quintas, ficam abertos até às 22h e após as 17h não paga ingresso. Não tem desculpa, né?

Onde comer?

Eu confesso, já entrei na Pinacoteca só pra tomar café! Lá dentro tem uma cafeteria chamada Flor Café que é o máximo. Tem um pouquinho de tudo, café, sucos, salgados, doces e refeições. Meus preferidos são: suco de abacaxi, quiche de alho poró e o bolinho de limão. Eles também vendem algumas coisinhas, como canecas e chaleiras de ágata, iguais as da casa da sua vó! O Flor ainda tem uma área externa onde você pode saborear seu lanchinho com vista pro Parque da Luz. Luxo só, não?

As comidinhas do Flor são tão boas que só sobrou o cartão pra tirar foto!

Sugestão: falando no Parque, dê continuidade ao passeio admirando as obras de arte espalhadas por ele (só não encoste nelas, os guardinhas estão sempre atentos! rsrs). Provavelmente você vai encontrar vários turistas, algum grupo tocando música, além do parque ser lindo!

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Pinacoteca e parte do Parque da Luz
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Parque da Luz

Eu adoro a Pinacoteca! Além de cultural e divertido, é um passeio barato! Convide os amigos, a família, programe-se e vá!

E aí, se animou? Se quiser mais informações sobre a Pinacoteca e a programação acesse o site deles aqui ou pelas redes sociais.

Espero seu comentário! Beijos, Mari.